terça-feira, 16 de abril de 2013

Mais ou menos

Ontem ouvi Durão Barroso a ler uma declaração de pesar pelas vítimas do atentado em Boston. Referia-se às 3 vítimas mortais.
Até à primeira centena de cadáveres geralmente dá-se um número preciso, sem arredondamentos.
Embora ache que neste caso o arredondamento poderia ser feito à décima, tendo em conta que alguns sobreviventes deixaram peças para trás, Durão Barroso teve o bom senso de não o fazer.

Já que estamos a falar de Durão Barroso, de arredondamentos, bom senso e da grande indignação que se espalha pelo Facebook de cada vez que uma tragédia tem muitas fotografias ou vídeos para partilhar, gostava de oferecer-vos algumas informações sobre aquele que virá a ser o nosso presidente da república, eleito uma vez mais por este povo inteligente, os portugueses.

  1. Durão Barroso era primeiro ministro deste país quando promoveu a Cimeira das Lages, cimeira onde fez um fellatio a George W. Bush e apoiou a ofensiva militar no Iraque.
  2. Durão Barroso abandonou Portugal como um verdadeiro cobarde, porque os amigos da cimeira tinham-lhe preparado um pratinho de comissão europeia.
  3. Durão Barroso subiu na vida à conta de uma guerra legitimada por informações forjadas.

No Iraque, só em baixas de civis, morreram mais ou menos 134 mil pessoas.

Não desprezando o sofrimento das dezenas de pessoas em Boston (mas cagando completamente para a indignação-que-fica-bem), o seu número não chega sequer a um arredondamento de Iraquianos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Água de lavar chão

As relações são como a água no balde. Temos que estar sempre atentos à cor da mesma para percebermos se ainda estamos a lavar o chão ou se a água já está suja demais e só estamos a piorar o caso.

A culpa é sempre do chão.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pessoas que mudaram a minha vida - I

Aron Ralston é o montanhista cuja história deu origem ao filme "127 hours".

Recordo-me distintamente de ouvir a notícia na televisão em 2003. Um homem havia amputado o seu próprio braço porque ficou preso numa fenda, num local isolado e não tinha avisado ninguém para onde ia naquele fim-de-semana.

Isto não é história para deixar ninguém indiferente mas no meu caso, apesar de saber poucos detalhes, tudo aquilo me pareceu uma trapalhada onde eu me poderia ter metido com facilidade.
Portugal não é propriamente o Blue John Canyon mas, ainda assim, pareceu-me melhor começar a tomar precauções extra e a deixar sempre uma pessoa avisada para os locais onde poderia procurar um cadáver caso eu não desse notícias.

Na verdade o senhor Ralston não mudou a minha vida de uma forma tão grandiosa quanto isso. O título é mais um desejo do que uma realidade. A introspecção que ele fez durante as 127 horas em que esteve preso, a forma como ele se apercebeu de que o relacionamento com as outras pessoas tinha que mudar, não fez com que eu deixasse de ser uma besta solitária.

De facto, apesar de continuar a testar os meus limites físicos (os psicológicos escapam-me ao controlo), nunca veio daí nenhuma epifania e não pretendo obtê-la à custa da ultrapassagem dos limites do reversível.

Para quem viu o filme e acha que foi suficientemente impressionante, leiam isto e/ou vejam isto.

domingo, 13 de março de 2011

Nunca mais volto a escrever sobre a manifestação

Foi um fim-de-semana desgastante. Não volto a escrever sobre esta manifestação.
Parece que só porque acho que as exigências eram ridículas e os meios completamente inofensivos e ineficazes passei a ser um acomodado.

Quando me convocarem para uma coisa a sério, que envie uma mensagem clara e que valha a pena, eu estarei por lá.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Jornalismo a sério, mas a brincar

16 de Dezembro de 2010

Nos Estados Unidos aguardava-se uma votação no senado para aprovar uma lei que daria a todos os bombeiros e policias que participaram nos primeiros salvamentos após a explosão do primeiro avião no 11 de Setembro de 2001, as devidas compensações e apoio médico por terem estado expostos a uma atmosfera altamente cancerígena, tal como as mortes e debilitações físicas nos mesmos o têm vindo a provar.
A garantia de aprovação estava assegurada mas foi dada prioridade a uma lei que aprovou o corte de impostos de senhores e senhoras severamente abastadas.
O tema estava a passar despercebido por parte da imprensa até que um jornal televisivo, daqueles a brincar, decidiu fazer o que faz melhor: jornalismo a sério mascarado de entretenimento:

The Daily Show With Jon StewartMon - Thurs 11p / 10c
Worst Responders
www.thedailyshow.com
Daily Show Full EpisodesPolitical Humor & Satire Blog</a>The Daily Show on Facebook

The Daily Show With Jon StewartMon - Thurs 11p / 10c
9/11 First Responders React to the Senate Filibuster
www.thedailyshow.com
Daily Show Full EpisodesPolitical Humor & Satire Blog</a>The Daily Show on Facebook


E conseguiu.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não é propriamente detestar o Natal...

... é mais o facto de ter atingido, com o passar dos anos, um tal estado de desconexão emocional daqueles que em teoria deveriam estar mais próximos, que me faz sentir que se aproxima um dia em que farei, por algumas horas, parte daquela franja de pessoas que estão isoladas do mundo.


Não é, portanto, um não-gostar da moda que se baseia em rigorosamente nada. Há por aqui qualquer coisa.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu ainda sou do tempo...

... em que as prendas de Natal encerravam em si o conceito de conseguir surpreender alguém de quem gostávamos e não a mera escolha e consequente compra de algo listado num blog ou no facebook.